O olhar que lançamos sobre a Vida
é, quase sempre, influenciado pelas experiências desagradáveis que nela tivemos.
Os sofrimentos, frustrações, decepções e condicionamentos comprometem a
percepção da beleza que tem o funcionamento da Vida Universal. Por isso, é comum
acharmos a vida insuportável, repleta de erros, contradições, injustiças
Na
realidade, porém, a Vida Universal é uma Criação Perfeita e o seu
funcionamento é uma sinfonia de amor, tocada, com Maestria Divina, nos campos verdejantes da Diversidade. Tudo
nela funciona de acordo com o Programa
de Evolução desenvolvido pelo Divino Criador. Leis Eternas (Dharmas) regulam esse
funcionamento, sempre direcionado para o progresso e evolução dos seres.
Um desses Dharmas do funcionamento
do Universo, a Lei de Causa e Efeito, conhecida como lei do Karma, disciplina o aprendizado dos seres
humanos através da realização das ações. De acordo com ele, os resultados de
ações incompletas ou imperfeitas transformam-se em causas impulsionadoras de
novas ações, da mesma natureza, para que a pessoa, que executou os atos incorretamente, aprenda a realizá-los com perfeição.
Aqueles que estiverem envolvidos nesse tipo de experiência, somente
estarão liberados da necessidade
de repetir os atos, quando houverem completado o seu aprendizado. Por força da aplicação
dessa lei de funcionamento do Universo, frequentemente temos que repetir experiências de trabalhos ou de relacionamentos.
Quando, por exemplo, repudiamos
um trabalho, correspondente ao nosso
dever, porque não sabemos ou não
gostamos de realizá-lo, a Vida vai nos
levar a novas experiências onde teremos de realizar esse tipo de trabalho,
para que aprendamos o ensinamento que,
para nossa evolução, a Vida quer nos proporcionar.
Quando, de igual modo, nos afastamos de
pessoas, que caminham conosco na Vida, somente porque elas nos incomodam,
certamente que as leis de funcionamento do Universo vão promover um reencontro
com elas, para que aprendamos a lição que esse relacionamento interrompido tem
para nos oferecer. Sem a realização desses atos necessários, a nossa evolução,
no processo do mundo, nunca será totalmente cumprida.
Outro exemplo de Dharma que
regula o funcionamento da Vida, é a Lei da Transitoriedade e Alternância das
dualidades. Esse Dharma disciplina o
relacionamento dos seres humanos com as dualidades, como a alegria e a tristeza,
o prazer e a dor, o ganho e a perda, entre outras. Ele funciona como
moderador da tendência natural dos seres
humanos de se excederem nas dualidades.
Se algo nos proporciona prazer, queremos
desfrutar sem medidas, nem limites. Quando uma comida é gostosa, não é raro
comermos demais e depois ficarmos doentes. Se um tipo de ação necessária nos
causa dor e sofrimento, não queremos realizá-la. Temos uma
inclinação natural para exceder-nos naquilo que é agradável e para
rejeitarmos o que é desagradável.
De conformidade com os ensinamentos do
Bhagavad Gita, “as dualidades dos
sentidos e da mente, como o calor e o frio, o prazer e a dor e outras semelhantes
repetem-se
alternadamente e, portanto, são transitórias
(Bhagavad Gita, XXVI,11).
Essa lei de funcionamento demonstra que uma
dualidade é sempre transitória e seguida pela dualidade oposta (alternância). A tristeza, por exemplo, tem um limite no tempo ( lei da transitoriedade),
findo o qual ingressa-se na experiência de alegria ( lei da alternância). O
prazer tem um limite temporal e o seu
estágio seguinte é a experiência de dor.
O prazer e a dor, a alegria e a tristeza e as demais dualidades se repetem de
forma alternada, depois de uma, segue-se a outra dualidade.
Alguém que, por exemplo, escolhe vivenciar, sem limites e abusivamente, as inúmeras formas
de prazer que a vida oferece, seguramente vai passar, em sequência, por uma
idêntica experiência de dor, visto que as
dualidades se repetem alternadamente.
Portanto, se não desejamos receber a visita
frequente da dor e de outras dualidades desagradáveis, devemos ser moderados no
gozo dos prazeres e demais dualidades agradáveis. O Objetivo a alcançar, nesse
particular, é continência ou moderação no gozo dos prazeres da vida.
A Vida Universal, como visto,
é algo maravilhoso, repleto de Ciência e Sabedoria. O seu funcionamento está voltado exclusivamente para
nosso crescimento e evolução. O convite é no sentido de que lancemos “Um Novo Olhar sobre a Vida.”
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