sábado, 6 de junho de 2015

A alma na doutrina do Bhagavad Gita

A Alma, também conhecida como Jiva,  é um  Fragmento do Espírito Santo Universal (Atma), de natureza eterna,   que funciona na marcha do  mundo mediante os Cinco Sentidos e a Mente.  Na verdade, a alma é o Atma  manifestado nos  seres individuais.
Utilizando como ferramenta, para seu funcionamento, os Sentidos da Audição, Visão, Paladar, Tato, Olfato e também  a Mente, esse Fragmento Divino, no curso de sua evolução, tanto  objetiva como  subjetiva,  adquire experiências,   não só através dos relacionamentos,  mas também pelo contato com os objetos do mundo.
 A vida, na verdade, é feita de relacionamentos geradores de experiências. A alma leva   consigo essas experiências do passado, que são assimiladas  pelo seu veículo causal, passando a formar os registros kármicos, que posteriormente vão impulsionar o seu processo evolutivo.
 Como uma consciência fragmentária,  ligada ao corpo físico e centralizada inteiramente nele, a alma (Jiva)  é uma entidade  lerda e preguiçosa,  que se  preocupa mais com os deleites corporais do que com a proteção do próprio corpo, salvo como instrumento de prazer.
Enquanto permanece  nesse estado,  o homem vive na ignorância. O conhecimento constitui a grande ajuda para a alma livrar-se desse estado.
Embora sua   natureza  seja  Divina e   Eterna, a alma (Jiva)  atua no corpo humano  como  uma entidade inerte, a mercê das forças qualitativas da matéria, as conhecidas  Trigunas satwa, rajas e tamas.
As  forças qualitativas  da matéria (Gunas), na verdade,  são Energias Divinas, que operam os conteúdos dos  karmas individuais com vistas à evolução. Até certa etapa do processo evolutivo,  elas presidem o funcionamento tríplice dos seres humanos.
Quando o Karma individual ainda está em  operação,  as cargas, condicionamentos e demais elementos gerados pelas experiências passadas constituem  o combustível impulsionador das ações. 
Quando a alma (Jiva)  evolui o suficiente para  desapegar-se completamente dos frutos das ações (Sanyasa) e render-se (Tyaga),  o Supremo Deus,  manifestado no Santuário do Coração como Atma, passa a ser, Ele próprio,  o seu inspirador e  o impulsionador de seus atos.  O Jiva  transforma-se em Jivatma Esse é o grande objetivo a ser alcançado no processo evolutivo do seres humanos. A Alma, que era desfrutadora do corpo,  transforma-se  na conhecedora do corpo.
Dentre  todos os conhecimentos, aquele relativo ao  do nosso próprio estado de alma individual (Jiva)  é considerado como de grande importância. Ninguém deve preferir os prazeres da vida a esse conhecimento.
Por conhecimento, deve-se entender o fato de tomar contato com o Espírito Santo Universal(Atma), presente no Santuário do Coração dos seres humanos. O Bhagavad Gita nos ensina como  lograr esse contato.
A grandeza dos ensinamentos do Gita está  no fato de  que não só orienta  como lograr o contato com o Divino no Santuário do  Coração, mas também  como viver a vida de acordo com os princípios da Lei Eterna. Essa é a  essência dos ensinamentos desse Livro Sagrado. 
Em seu estado cosmológico, Espírito e Matéria encontram-se em condição de completa união. No corpo dos seres humanos, porém, essa união ainda é incompleta. A causa disso é que,  apesar de  o homem ter sido sido criado como um ser completo em si mesmo,  não alcançou o estado de  um ser integral, porque  ainda funciona com uma consciência fragmentária.
No ser humano, a união incompleta de Espírito e Matéria deve-se ao fato de que   a capacidade do homem de sentir-se consciente do Espírito Universal (Atma) fica reduzida por força do excesso de conhecimento que a sua condição de alma individual (Jiva) lhe impõe. Os adeptos do Conhecimento Sintético logram a liberação,  porque  estão livres dessa causa limitante.


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