segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O FOGO DO CONHECIMENTO SINTÉTICO


     Existem pessoas que entendem que o processo do mundo e suas mudanças não tem qualquer objetivo e carece de propósito. Esse conhecimento é muito limitado, levando aqueles que o possuem a apagarem-se às pequenas coisas, como se fosse tudo.
      Outras pessoas entendem que a vida é representada por uma variada multiplicidade, desconectada entre si, permanente e sempre desigual. Essa categoria de conhecimento, embora seja  superior à primeira, ainda é limitada e incompleta.
      Por fim, existem aqueles cujo conhecimento ou compreensão reconhece uma  constante Unidade entre todos os seres, ou seja, o Único e Indiviso e sempre o Mesmo Espírito Universal na multiplicidade de elos.
      Esta  última modalidade representa o Conhecimento Sintético, considerado pelos Grandes Seres como o mais elevado e excelente conhecimento.
      Aquele que entra no Barco desse Conhecimento, ainda que seja o maior entre os pecadores, poderá navegar a salvo sobre todos os seus pecados.
   o conhecedor da Síntese não volta a cair na obscuridade do entendimento, reconhecendo sempre a todos os seres vivendo dentro do Espírito Universal, que é o seu Princípio de Vida.
     No processo de transformação do mundo não há nada que purifique tanto quanto esse conhecimento.
     Assim como uma grande fogueira transforma em cinzas a lenha que é colocada sobre ela, o Fogo do Conhecimento Sintético, consome de todas a ações a impureza do apego.
     Exercite esse Conhecimento, procurando não só relacionar-se com as pessoas como também resolver os problemas do quotidiano pensando que “todos os seres, inferiores em estágio de evolução como superiores, participam de uma mesma vida e formam nos espaços infinitos um só corpo cósmico.”
     Se você fizer isso direitinho, verificará que essa compreensão transcendente, tal qual uma grande fogueira, queimará a impureza do apegos de todas suas ações.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

VÊ, DE VERDADE, QUEM VÊ A UNIDADE

       Vê, de verdade, quem percebe que todos os seres nasceram de dentro do Espírito universal, que compenetra e sustenta tudo que existe, mantendo a criação funcionando dentro de uma ordem constante e em vida eterna.
       Quem assim entende a organização da Vida Universal sabe que todos os seres, tanto os inferiores em estágio de evolução como os superiores, participam de uma mesma vida e formam, nos espaços infinitos, um só corpo cósmico.
       Vê, de verdade, quem percebe essa Suprema Unidade que, abarcando tudo, constitui a meta de todas as revelações e o último objetivo de todas as ciências.
       O Espírito Universal é a eterna Verdade de todas as Religiões e o Supremo Mistério revelado nesta Era Sagrada, onde brilha a  Lua Cheia da Unidade.
       Vê, de verdade, quem percebe que este Espírito Santo existe sutilmente dentro e fora de todos os seres e que, apesar de inseparável, reside neles como se estivesse separado.
       Não há visão mais elevada do que esta que revela o Conhecimento da Síntese. Quem a possui, renuncia facilmente aos frutos das ações, tanto aquelas agradáveis como as desagradáveis, porque compreende que tudo é da natureza de Deus.
       Renunciar aos frutos das ações significa viver a paz do desapego. Quem não consegue desapegar-se dos resultados das ações não alcança a paz, permanecendo preso às pessoas ou às coisas pelos laços escravizantes do desejo. Quem não tem paz, não consegue ser feliz.
       O discernimento sintético possibilita a maestria em todas as ações e revela o segredo do exemplo como o mais poderoso e eficiente método de transmissão de conhecimento, já que os atos sintéticos guiam, elevam e conduzem  para a Sabedoria Divina.
       Aqueles que possuem esse Conhecimento da Unidade percebem a presença Divina no amigo, no inimigo, no ser mais amado, nos parentes, nos estranhos, nos indiferentes, nos sábios, nos ignorantes e em todos os seres. Essa percepção tem um poder extraordinário de melhorar a qualidades de nossas ações.
       Da mesma forma que uma grande fogueira reduz a cinzas a lenha seca que é colocada sobre ela, o fogo desse Conhecimento Sintético consome, em todas as ações, a impureza do apego, que é a causa principal do sofrimento e dos erros humanos.
       Não existe nada no processo do mundo que purifique tanto quanto esse conhecimento. Quem o possui transcende a ignorância da separatividade e obtém,em consequência, a revelação de todos os ensinamentos, os conhecidos e os por conhecer.
      Aquele que é conhecedor dessa Divina Imanência não voltará a cair na obscuridade do seu entendimento, reconhecendo sempre a todos os seres vivendo dentro desse Espírito Universal, que é o seu eterno Princípio de Vida.
       Aprende-se a reconhecer essa Divina Imanência pelo estudo metódico, pela entrega, pela dedicação e pelo serviço impessoal a todos os seres. Tudo isso ensina o Bhagavad Gita, a Ciência Sintética do Absoluto.*



*Edição completa de 26 capítulos – Suddha Dharma Mandalam



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Vida Universal e a pedagogia do Prazer e da Dor

     A Vida Universal   é uma Criação Divina perfeita. Tudo nela funciona de acordo com as Leis  estabelecidas pelo Criador.
   Nós é que não desenvolvemos, ainda, um olhar mais profundo para compreender a transcendente Ciência da Vida.
   Nela prevalece a Lei da Evolução. Todas as criaturas carregam nas suas entranhas as Energias Sagradas da transformação evolutiva. Por isso, a ninguém é dado o direito de deixar de agir.   Quando alguém tenta ficar inativo, essas Energias, que impregnam o seu corpo, o impelem à ação e a sua vontade não se cumpre.
    Elas nos impulsionam até mesmo ao cumprimento de nossos deveres, mesmo quando não desejamos fazê-lo. Como uma Mãe Amorosa, a Vida, através delas, se encarrega de conduzir cada um dos seus filhos pelo caminho da Evolução até a morada da Paz e da Felicidade.
  Teimamos em resistir à essa condução, tal qual crianças que rejeitam os cuidados maternos.
    Se desfrutamos de prazer, excedemos a medida. Se ficamos alegres, não queremos parar. Todos temos uma inclinação desmedida pelo que é agradável e uma rejeição indevida pelo desagradável.
    Para que não nos tornemos escravos do bem nem do mal, a Vida Universal nos impõe  a Lei da Alternância das Dualidades.
   De acordo com essa Lei Divina, se nos excedemos nos prazeres, somos arrastados para iguais experiências de dor. Se não colocamos limites para a nossa alegria, somos igualmente visitados pela tristeza.
   É a sábia lei  da alternância das dualidades.  Alegria e tristeza, prazer e dor, ganho e perda e por aí a fora. O propósito dessa Lei é nos ensinar a medidas das coisas e o caminho da transcendência.
   Se prestarmos atenção, constataremos que a coisa funciona assim. É a Vida Universal cumprindo o  desígnio divino de conduzir a todos pelo caminho da evolução, o único  que leva à Casa do Pai, onde existem muitas moradas.