A mente é, por natureza, inquieta e agitada. Constitui uma faculdade poderosa cujo controle é extremamente difícil. O Bhagavad Gita nos diz que o seu controle é “tão difícil como sujeitar o vento”, mas nos ensina, também, que esse controle é possível através do Conceito da Unidade ou Bhávana (B. Gita XIV,1-3, ed. SDM).
Ela é a sede do pensamento e a condutora das ações humanas. Sofre a influência da consciência do ego, que lhe infunde a ideia equivocada de separatividade. Os conceitos que ela forma a partir dessa base separatista são de natureza limitada, porquanto não contemplam a verdadeira posição do homem no contexto do Universo.
A visão equivocada de que o homem é um ser separado cria um campo propício para que a mente gere e cultive pensamentos errados que, por sua vez, constituem a causa principal de muitas ações desnecessárias, cujos resultados trazem muitos dissabores.
O objetivo a alcançar é construir na mente uma base sintética que tenha o poder não só de harmonizá-la com tudo o que integra a Grande Vida como também de eliminar a multidão de pensamentos que nela sobrevivem alimentados pela ideia errônea da separatividade. Quando a mente é iluminada pela Luz da Unidade, tudo nela se transforma.
A ferramenta básica para construção dessa base sintética é o Bhávana ou Conceito da Unidade, que têm o poder intrínseco de harmonizar a mente e transformar completamente a nossa vida. Contemplemo-lo:
“Todos os Seres nasceram de dentro do Espírito Universal que a tudo compenetra e a tudo sustenta numa ordem constante e em Vida Eterna. Portanto, todos os Seres, inferiores como Superiores, participam de uma mesma Vida e formam, nos espaços infinitos, um só Corpo Cósmico.
A constante recordação do Bhávana cria em nossa mente uma base sintética de pensamento e ação, que torna sereno o nosso pensar, melhora a qualidade de nossos atos e nos transforma em pessoas mais calmas e tranquilas. O estudo da Ciência da Síntese contida no Bhagavad Gita é fundamental para a construção dessa base.
Quem vê a Vida através da Luz da Unidade passa enxergar um mundo novo e fraterno, cujo fundamento é o Amor. Assim é que, quando olhamos para as pessoas que antes eram estranhas, indiferentes e até consideradas inimigas, passamos a vê-las como membros queridos da grande família humana, nascidos todos do casamento sagrado do Espírito Universal com a Energia do Amor.
A mente que não é iluminada por essa luz não percebe os vínculos sagrados que unem todos os seres, formando uma grande família, cuja origem é divina.O Bhagavad Gita nos ensina que somente “vê de verdade quem que vê a Unidade e percebe tríplice e unitário funcionamento.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário