quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Exemplo como ferramenta de transmissão do Conhecimento Sintético



          O Conhecimento Sintético revela que “todos os seres nasceram de dentro do Espírito Santo Universal, que a tudo compenetra e a tudo sustenta, numa ordem constante e em vida eterna.
           Essa Sabedoria da Unidade demonstra, portanto, que “todos os seres, inferiores como superiores, participam de uma mesma vida e formam, nos espaços infinitos, um só Corpo Cósmico.”
          Aqueles que possuem esse Conhecimento Espiritual percebem a Divina Presença no amigo, no inimigo, nos parentes, na pessoa mais amada, nos sábios, nos estranhos indiferentes e nos neutros (BhG XXIV,15).
         O Conhecimento da Unidade  também confere às pessoas  discernimento  para transcender todas as ações, tanto aquelas de resultados agradáveis como as de frutos desagradáveis(BhG XXIV, 14).
          Mesmo que essas pessoas sejam as maiores entre os pecadores, poderão navegar a salvo sobre todos os seus pecados, porque entraram no barco do Conhecimento Divino(BhG XXIV,18).
          Ações realizadas com discernimento sintético irradiam uma luz que tem o poder de guiar as outras pessoas, de iluminar suas consciências e de transmitir-lhes a Sabedoria Espiritual(BhG XXIV,5).
         Porque possuem esse Conhecimento, os sábios utilizam o exemplo como a sua principal ferramenta para transmitir sabedoria espiritual ao mundo(BhG XXIV,7).
         Assim, eles realizam ações impessoais para o bem do mundo, com a mesma intensidade que empregam aqueles que, sem de discernimento espiritual, executam seus atos fortemente apegados a seus frutos(BhG XXIV,8).
         Aqueles que possuem discernimento sintético sabem que o processo de aquisição de conhecimento exige uma investigação pessoal do conhecedor sobre conhecimento(BhG XXIV,6).
         Por isso, não perturbam a compreensão daqueles que não tem essa sabedoria e que, por isso mesmo, estão apegados aos frutos de suas ações(BhG XXIV,9 ).
        O que eles fazem é regular devidamente todas as suas ações para o progresso dos outros, utilizando, para tanto, as ferramentas do exemplo e da transcendência sobre os frutos dos atos, (BhG XXIV,9).
        A vida de Mahatma Gandhi, cuja foto ilustra esta postagem, demonstra claramente  como os sábios usam a ferramenta do exemplo para promover a evolução do mundo.



Bhagavad Gita – (BhG) – Edição Suddha Dharma Mandalam – 26 Capítulos


domingo, 10 de junho de 2012

A Síntese no funcionamento das faculdades humanas


        A Ciência Sintética do Absoluto* ensina que só “Vê, de Verdade, quem vê a Unidade em tudo e percebe a Grande Vida funcionando de forma Tríplice e Unitária.
        Na verdade, o Universo e os Seres Humanos estão submetidos a uma Ordem Quartenária que tem não só uma base funcional tríplice, constituída pelas faculdades do conhecimento, do desejo e da ação, e, como também, um funcionamento unitário(BhG IV, 7).
       O Espírito Santo Universal, que tudo compenetra, sustenta e dirige, é Diretor do Funcionamento Unitário e também o Sintetizador do Funcionamento Tríplice(BhG IV, 7).
         Esse Espírito de Amor possui uma base de manifestação no Coração de todos os seres e, através da Sagrada Energia da Unidade, os mantém em funcionamento, ativando as suas três faculdades humanas do Conhecimento, do Desejo e da Ação (BhG VI, 20).
        Essas faculdades dos seres humanos, por estarem ainda pouco desenvolvidas, funcionam, durante um longo período do processo evolutivo, de forma exclusiva, sem qualquer integração nem harmonia entre si.
       Elas operam de forma diferenciada em cada ser humano e têm como característica comum o fato de haver sempre uma mais desenvolvida do que as outras duas.
       A faculdade mais desenvolvida proporciona uma melhor captação da Energia da Unidade, que flui do Coração de Deus, e é essa Graça Divina que nos transmite o poder e a força necessários para cumprirmos, com mais eficiência, nossa missão no mundo(BhG I, 24).
       Essa faculdade que sobressai por ser mais receptiva à Energia da Unidade, representa a nossa natureza material, a nossa vocação, o modo que mais gostamos de atuar.
      A Ciência Sagrada nos ensina que “aquele que efetua as ações com discernimento espiritual, adaptado á sua natureza material, não queda sujeito à escravidão das ações. Esse é um grande ensinamento divino (Bhg XXVI, 24).
       É nosso dever, portanto, utilizarmos o poder dessa faculdade que corresponde a nossa vocação, para também promovermos o desenvolvimento das demais, com vistas a um funcionamento sincronizados ou sintético, que é o ideal a ser alcançado.
      A falta de sincronia no funcionamento dessas faculdades impede que a Luz da Sabedoria Espiritual flua através do corpo do ser humano e compenetre todos os seus centros e veículos receptores( BhG XI, 13).
      Quando essas faculdades estão adequadamente desenvolvidas e, em conseqüência, passam a funcionar de forma sincronizada, a Energia da Unidade, que brota do Coração de Deus, irradia seus átomos de harmonia e felicidade para todo o corpo humano e faz com que as operações da mente, do intelecto e dos sentidos se façam em inquebrantável unificação(BhG XI,10).
     Com o funcionamento de suas faculdades devidamente sincronizado, o homem adquire a Sabedoria Sintética e, em conseqüência, conquista um estado de paz e felicidade(BhG XXIV, 21).
      "Mediante essa transcendental compreensão espiritual, aquele de sentimentos abnegados, de profunda devoção e executando ações impessoais, alcança a realização, entrando nesse estado em que não se aflige nem se regojiza"(BhG II, 25).
     Também ele percebe que nenhuma outra aquisição pode superá-lo, já que alcançou a mais sublime condição que um ser humano pode almejar, que é a Unidade com o Divino(Yoga), onde não é perturbado nem por intensa dor, nem pelo prazer.(BhG XXIV, 17).
      Neste estado de Unidade, em que também descobre que Deus é a Causa de tudo, inclusive das ações que ele pensava executar(BhG VI, 25),  o homem inclina seu coração diante do Grande Senhor da Vida e, com humilde reverência, repete a súplica que um dia embalou a alma de São Francisco de Assis:

“Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio que eu leve o amor
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvidas que eu leve a fé
Onde houver erro que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve a alegria
Onde houver trevas que eu leve a luz

Oh, Mestre!
Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado
Compreender, que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando, que se recebe
É perdoando, que se é perdoado
E é morrendo, que se vive
Para a vida Eterna.”





Bhagavad Gita (BhG – Edição Suddha Dharma Mandalam(26 Capítulos).