quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Contemplação de Deus no Santuário do Coração


     O Supremo Deus  se manifesta como Eu no Coração de todos os seres. Morando nesse Santuário Sagrado, Ele Mesmo é o Mestre Divino, o Governante Interno e o Amoroso Doador de todo bem.
     Entronado nos nossos  Corações, este Supremo Amigo é que  quem gera nos nossos corpos materiais as virtudes da serenidade, do domínio dos sentidos, da austeridade, da fé, do conhecimento e do discernimento espiritual.
     Esse Supremo Amor é quem, de igual modo, transforma a matéria dos nossos corpos materiais para gerar neles a coragem, a capacidade organizadora, o poder de não sucumbir  nas lutas da vida, a generosidade e a majestade.
     Do Santuário dos nossos Corações, portanto, onde o Grande Senhor da Vida está eterna e misteriosamente  postado, é que emanam todos os dons  e todas as virtudes do homem.
      Tudo vem Dele. E ninguém pode alcançar nem entender os seus mistérios supremos, visto que  é Ilimitado, Transcendente, Imutável e a Divina  Origem de tudo que existe. A nós, suas  criaturas,  é dado apenas o direito de conhecer a Sua Divina Manifestação no Cosmo Infinito.
     Inobstante o seu Poder Ilimitado, a Sua Transcendência e sua Imutabilidade, este Supremo Amigo permite que suas criaturas, pela Devoção exercitada através Meditação com sintética Mente Emocional,  contemplem, no Santuário dos seus próprios  Corações, o Seu Santo Espírito.
     Também  os que seguem o Caminho da Gnana-Yoga,  podem contemplá-Lo nesse Santuário Sagrado através do Conhecimento Sintético.  De igual modo, os que trilham a bem-aventurada Senda da Ação, os Karma-Yoga, podem fazê-lo  através de renúncia e da entrega (Sanyasa e Tyaga). Os que seguem o Caminho da Unidade (Yoga), também alcançam essa Graça através do Atma-Yoga.
     As pessoas que não conseguem reconhecer esse Amoroso Morador Interno que reside em seus Corações, podem adorá-Lo  seguindo os ensinamentos dos Grandes Seres, como Jesus, Buda, Krishna, Amma Bhagavan, entre outros.
     Também aqueles que são bem versados na Ciência Sagrada superam, no devido tempo, a ignorância  que lhes obscurecia o conhecimento do Santo Espírito que mora no Templo de seus próprios corações.
    Na verdade, a essência de todas as criaturas  é esse  Princípio de Vida  que mora internamente. Enquanto os nossos corpos materiais são perecíveis, o Ser, que verdadeiramente somos,  é Eterno e Infinito. Ele não tem nascimento, nem jamais morre.
     Sempre morando no Todo, nunca deixa de existir. É  imperecedouro. É impossível destruí-lo ainda quando seus corpos forem aniquilados.
     Da mesma forma que uma pessoa deixa suas roupas velhas e veste outras novas, o Ser Eterno e Infinito  que somos todos nós,  abandona  os seus corpos quando eles estão desgastados e toma outros,  para seguir o seu roteiro eterno  pelos caminhos bem-aventurados da eternidade.
     Esses ensinamentos maravilhosos foram colhidos no Bhagavad Gita, edição de 26 Capítulos da Suddha Dharma Mandalam. Esse Livro Sagrado contém a mais autorizada exposição da Ciência Sintética do Absoluto.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

O Exemplo como ferramenta de transmissão do Conhecimento Sintético



          O Conhecimento Sintético revela que “todos os seres nasceram de dentro do Espírito Santo Universal, que a tudo compenetra e a tudo sustenta, numa ordem constante e em vida eterna.
           Essa Sabedoria da Unidade demonstra, portanto, que “todos os seres, inferiores como superiores, participam de uma mesma vida e formam, nos espaços infinitos, um só Corpo Cósmico.”
          Aqueles que possuem esse Conhecimento Espiritual percebem a Divina Presença no amigo, no inimigo, nos parentes, na pessoa mais amada, nos sábios, nos estranhos indiferentes e nos neutros (BhG XXIV,15).
         O Conhecimento da Unidade  também confere às pessoas  discernimento  para transcender todas as ações, tanto aquelas de resultados agradáveis como as de frutos desagradáveis(BhG XXIV, 14).
          Mesmo que essas pessoas sejam as maiores entre os pecadores, poderão navegar a salvo sobre todos os seus pecados, porque entraram no barco do Conhecimento Divino(BhG XXIV,18).
          Ações realizadas com discernimento sintético irradiam uma luz que tem o poder de guiar as outras pessoas, de iluminar suas consciências e de transmitir-lhes a Sabedoria Espiritual(BhG XXIV,5).
         Porque possuem esse Conhecimento, os sábios utilizam o exemplo como a sua principal ferramenta para transmitir sabedoria espiritual ao mundo(BhG XXIV,7).
         Assim, eles realizam ações impessoais para o bem do mundo, com a mesma intensidade que empregam aqueles que, sem de discernimento espiritual, executam seus atos fortemente apegados a seus frutos(BhG XXIV,8).
         Aqueles que possuem discernimento sintético sabem que o processo de aquisição de conhecimento exige uma investigação pessoal do conhecedor sobre conhecimento(BhG XXIV,6).
         Por isso, não perturbam a compreensão daqueles que não tem essa sabedoria e que, por isso mesmo, estão apegados aos frutos de suas ações(BhG XXIV,9 ).
        O que eles fazem é regular devidamente todas as suas ações para o progresso dos outros, utilizando, para tanto, as ferramentas do exemplo e da transcendência sobre os frutos dos atos, (BhG XXIV,9).
        A vida de Mahatma Gandhi, cuja foto ilustra esta postagem, demonstra claramente  como os sábios usam a ferramenta do exemplo para promover a evolução do mundo.



Bhagavad Gita – (BhG) – Edição Suddha Dharma Mandalam – 26 Capítulos


domingo, 10 de junho de 2012

A Síntese no funcionamento das faculdades humanas


        A Ciência Sintética do Absoluto* ensina que só “Vê, de Verdade, quem vê a Unidade em tudo e percebe a Grande Vida funcionando de forma Tríplice e Unitária.
        Na verdade, o Universo e os Seres Humanos estão submetidos a uma Ordem Quartenária que tem não só uma base funcional tríplice, constituída pelas faculdades do conhecimento, do desejo e da ação, e, como também, um funcionamento unitário(BhG IV, 7).
       O Espírito Santo Universal, que tudo compenetra, sustenta e dirige, é Diretor do Funcionamento Unitário e também o Sintetizador do Funcionamento Tríplice(BhG IV, 7).
         Esse Espírito de Amor possui uma base de manifestação no Coração de todos os seres e, através da Sagrada Energia da Unidade, os mantém em funcionamento, ativando as suas três faculdades humanas do Conhecimento, do Desejo e da Ação (BhG VI, 20).
        Essas faculdades dos seres humanos, por estarem ainda pouco desenvolvidas, funcionam, durante um longo período do processo evolutivo, de forma exclusiva, sem qualquer integração nem harmonia entre si.
       Elas operam de forma diferenciada em cada ser humano e têm como característica comum o fato de haver sempre uma mais desenvolvida do que as outras duas.
       A faculdade mais desenvolvida proporciona uma melhor captação da Energia da Unidade, que flui do Coração de Deus, e é essa Graça Divina que nos transmite o poder e a força necessários para cumprirmos, com mais eficiência, nossa missão no mundo(BhG I, 24).
       Essa faculdade que sobressai por ser mais receptiva à Energia da Unidade, representa a nossa natureza material, a nossa vocação, o modo que mais gostamos de atuar.
      A Ciência Sagrada nos ensina que “aquele que efetua as ações com discernimento espiritual, adaptado á sua natureza material, não queda sujeito à escravidão das ações. Esse é um grande ensinamento divino (Bhg XXVI, 24).
       É nosso dever, portanto, utilizarmos o poder dessa faculdade que corresponde a nossa vocação, para também promovermos o desenvolvimento das demais, com vistas a um funcionamento sincronizados ou sintético, que é o ideal a ser alcançado.
      A falta de sincronia no funcionamento dessas faculdades impede que a Luz da Sabedoria Espiritual flua através do corpo do ser humano e compenetre todos os seus centros e veículos receptores( BhG XI, 13).
      Quando essas faculdades estão adequadamente desenvolvidas e, em conseqüência, passam a funcionar de forma sincronizada, a Energia da Unidade, que brota do Coração de Deus, irradia seus átomos de harmonia e felicidade para todo o corpo humano e faz com que as operações da mente, do intelecto e dos sentidos se façam em inquebrantável unificação(BhG XI,10).
     Com o funcionamento de suas faculdades devidamente sincronizado, o homem adquire a Sabedoria Sintética e, em conseqüência, conquista um estado de paz e felicidade(BhG XXIV, 21).
      "Mediante essa transcendental compreensão espiritual, aquele de sentimentos abnegados, de profunda devoção e executando ações impessoais, alcança a realização, entrando nesse estado em que não se aflige nem se regojiza"(BhG II, 25).
     Também ele percebe que nenhuma outra aquisição pode superá-lo, já que alcançou a mais sublime condição que um ser humano pode almejar, que é a Unidade com o Divino(Yoga), onde não é perturbado nem por intensa dor, nem pelo prazer.(BhG XXIV, 17).
      Neste estado de Unidade, em que também descobre que Deus é a Causa de tudo, inclusive das ações que ele pensava executar(BhG VI, 25),  o homem inclina seu coração diante do Grande Senhor da Vida e, com humilde reverência, repete a súplica que um dia embalou a alma de São Francisco de Assis:

“Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio que eu leve o amor
Onde houver ofensa que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvidas que eu leve a fé
Onde houver erro que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver tristeza que eu leve a alegria
Onde houver trevas que eu leve a luz

Oh, Mestre!
Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado
Compreender, que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando, que se recebe
É perdoando, que se é perdoado
E é morrendo, que se vive
Para a vida Eterna.”





Bhagavad Gita (BhG – Edição Suddha Dharma Mandalam(26 Capítulos).


segunda-feira, 2 de abril de 2012

A RENÚNCIA E A ENTREGA A DEUS – (PARTE FINAL )


         O verdadeiro renunciante é aquele que, possuindo discernimento espiritual, nada aborrece nem nada deseja. Ele transcendeu as dualidades e está inteiramente entrega à vontade divina, sempre disposto a realizar os atos necessários e legítimos sem preferências nem rejeições.
            As pessoas que não possuem discernimento sintético têm mais dificuldade de renunciar aos frutos da ação.Aqueles, porém, que possuem esse discernimento  do Espirito  Universal que a tudo compenetra a tudo  sustenta, conseguem, com maior facilidade, livrar-se das prisões geradas pelo apego aos frutos dos atos.
Os que já alcançaram o discernimento transcendente, mesmo que estejam ocupados com a realização de ações, não quedam escravizados pelos seus frutos, pois compreendem que tudo é da natureza de Deus.
Para alcançar o estado de renúncia e entrega é preciso abandonar o egoísmo e as ideações da personalidade.
Considera-se como perfeito na renúncia e na entrega aqueles que não estão apegados às ações que geram prazeres nos sentidos e que, também, renunciaram aos desejos gerados pela paixão.
O verdadeiro renunciante sabe que a omissão dos deveres nunca é aprovada e que não se deve deixar de executar os atos necessários em razão de dificuldades ou por temor ao esforço físico.
Ele também não deixa de executar as ações somente porque elas, juntamente com seus frutos, sejam desagradáveis, nem tampouco as cumpre somente porque sejam agradáveis.
Os que não são verdadeiros renunciantes consideram os frutos das ações de três maneiras: agradáveis,  desagradáveis e misto. Isso nunca é assim para o verdadeiro renunciante.
Ele sabe que as dualidades  de gosto e desgosto residem nos sentidos, que tomam contato com os objetos que os impressionam.  Por isso, nunca  cede à influência delas,  pois ambas confundem a visão do caminho da verdadeira ação.
A paixão pessoal é como um fogo voraz que consome o entendimento até das pessoas mais inteligentes. Por isso, é que a paixão e o seu resultado, a ira, são considerados como o mais pernicioso e destrutivo inimigo da reta conduta.
Esse inimigo tem sua influência e campo de operação nos sentidos, na mente e no intelecto, e são estes que obscurecem o discernimento espiritual e confundem os aspirantes.
O grande conselho dos Conhecedores da Verdade é que, como um primeiro passo, deve-se dirigir espiritualmente os sentidos, para derrotar as paixões que obstruem a inteligência e o conhecimento.
Estes são os ensinamentos que, sobre o tema, nos oferece o Bhagavad Gita, a Ciência Sintética do Absoluto*.


            *Edição Suddha Dharma Mandalam, composta de 26 capítulos.




terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A RENÚNCIA E A ENTREGA A DEUS – ( PRIMEIRA PARTE )


    Muitas pessoas  buscam renunciar ao  egoísmo  e  entregar-se nas mãos de Deus, como forma de realizar a grande finalidade da Vida.  A dificuldade  para tornar concreto  esse propósito é descobrir, na dinâmica da vida,  o que constitui  o estado de   renúncia de si mesmo  e  de entrega à Vontade Divina.
   Alguns sábios declaram que isso significa desistir da ação que proporciona  frutos pessoais. Outros sustentam que significa a abrir mão dos  resultados de todas as ações, quer sejam  boas, más e indiferentes. Por fim, alguns eruditos sustentam que  esse estado de renúncia e de entrega significa não realizar qualquer ação que possa causar dano aos outros seres.
   Ao contrário do que muita gente pensa, o estado de renúncia e entrega  não representa uma postura de  ociosa passividade no mundo, porém um estado dinâmico de  completa integração no  Movimento da Vida, mediante a realização  dos atos necessários e legítimos.
    O Bhagavad Gita ensina que  renúncia e a entrega constituem aquele estado ou condição em que as pessoas estão profundamente comprometidas com a execução de atos impessoais com vistas à prosperidade do mundo. Entre esses atos, destacam-se a caridade, os sacrifícios e as austeridades.
    A verdadeira Caridade é aquela que é feita sem esperar retribuição e com o devido discernimento quanto à oportunidade, o lugar e a conveniência.
    O verdadeiro Sacrifício é aquele que é feito corretamente por alguém que não deseja fruto algum como recompensa e considera sua execução como justamente necessária.
    As Austeridades são de três tipos. As do Corpo, que são constituídas pela reverência a Deus, presente no Santuário do nosso próprio Coração, ao Guru ou Mestre  pessoal, aos Iniciados, aos Seres Divinos e, também, pela  retidão de conduta, pela limpeza, continência e por uma profunda humildade.
   As Austeridades da Palavra são constituídas por uma linguagem inofensiva, a qual deve ser verídica, doce e benéfica e também pelo estudo continuado da Ciência da Síntese, contida no Bhagavad Gita. E, finalmente, as Austeridades da Mente, que são constituídas pela serenidade de pensamento, pelo contentamento, a calma, a vigilância mental e pela  a pureza de intenção.
     As  Leis Divinas exigem, como requisito essencial, que  esses atos de caridade, sacrifício e austeridades,  entre os quais se incluem aqueles que correspondem aos nossos deveres como cidadão, pais, filhos, irmãos, empregados, patrões, etc,  sejam executados desapaixonadamente e sem desejar o seu fruto.  Sem a observância desses requisitos fundamentais,  não pode ocorrer o  verdadeiro estado de renúncia e entrega.
    É muito importante a realização dessas ações desinteressadas, porque, do cumprimento delas, se derivam infinitas bênçãos. Os Conhecedores da Verdade ensinam que, sem a execução delas, o curso da nossa  vida no processo do mundo, nunca será totalmente cumprido.
    Isso é assim porque  vivemos   em um mundo da ação, onde os seres humanos  evoluem mediante a execução de atos. A realização das ações, portanto,  nunca pode ser abandonada inteiramente, visto que  elas  fazem parte integrante da engrenagem que movimenta o processo de transformação do mundo.
    Se alguém, impulsionado pelo egoísmo,  decidir que  não vai realizar mais qualquer tipo de ação, essa deliberação não se cumprirá, porque as energias da evolução, que estão presentes no seu próprio corpo, o impelirão a agir.
   A única coisa que pode e deve ser feita, por constituir um importante meio de purificação da alma, é  a renúncia aos resultados das ações. Estes devem ser oferecidos a Deus, que é  o verdadeiro Ator Universal.
   Essa dedicação dos frutos das ações a Deus constitui  um  meio seguro de liberação  dos apegos que escravizam  o homem na corrente  dos desejos intermináveis.
    Aquele que renuncia aos frutos das ações consegue paz. Quem não renuncia aos frutos da ação pelo desejo permanece ligado, tornando-se prisioneiro das paixões, que escravizam e fazem sofrer.(Continua na próxima postagem)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MEDITAÇÃO - UMA PRÁTICA PARA CONTROLAR A MENTE


      A mente humana é inquieta, agitada, poderosa e obstinada. O seu domínio parece tão difícil como sujeitar o Vento.
     Embora agitada e inconstante, a mente pode ser controlada pela Prática da Meditação na Unidade.    Outra forma de discipliná-la é através do desapaixonamento nas relações sociais, pessoais e em todas as ações.
     É importante trabalhar-se com o conceito correto da Unidade, compreendendo que “todos os seres nasceram de dentro do Espírito Universal que a tudo compenetra e a tudo sustenta, numa ordem constante e em vida eterna.”
   “E que, portanto, todos os seres, inferiores como superiores, participam de uma mesma vida e formam, nos espaços infinitos, um só corpo cósmico.”
      Essa Prática de Meditação nunca atrai nenhum mal e é o meio mais apropriado para alcançar-se a tranquilidade. Para aqueles que já alcançaram esse estado de paz, ela será sempre seu apoio fundamental.
     Para realizar-se com êxito essa prática, é importante o equilíbrio nos hábitos de alimentação e de sono, não comendo, nem dormindo, demais, nem de menos.
     Em um lugar solitário, tranquilo, sem temor algum, em permanente continência, sempre dirigindo sua mente para a Suprema Unidade, desapegado e desapaixonado, o aspirante deve manter a mente, os sentido e o pensamento devidamente controlados.
    Com os olhos fechados, mantendo-se reto e imóvel o corpo, o queixo e a cabeça uniformemente em linha, sem distração mental, fixando a vista na raiz do nariz, entre as sobrancelhas, deve-se executar essa Prática de Meditação para purificação da Mente.
     Da mesma forma que uma vela, num local protegido dos ventos, queima sem trepidar, tal é a semelhança da firmeza mental alcançada pela pessoa bem disciplinada durante essa prática de meditação.
   Neste estado meditativo, a mente consegue tranquilidade e, através da quietude mental, contempla o Espírito e  Nele se alegra. Deste modo, realiza o supremo êxtase, que é compreensivo pelo entendimento, porém muito além dos sentidos.
     Conseguido esse estado de paz, julga que nenhuma outra aquisição pode superá-lo e, estabelecido nele, não é perturbado por intensa dor nem pelo prazer.
     Esse Estado de Yoga ou Unidade afasta o aspirante da associação com a dor e o prazer, mantendo-o na suprema paz da Comunhão Espiritual.
    Assim, ensina o Bhagavad Gita, a Ciência Sintética do Absoluto
    Se fizermos essa prática com zelo e perseverença, certamente um dia experimentaremos esse estado de transcendência  que nos eleva acima do prazer, da dor e de todas as dualidades, que  nos fazem rir e chorar. 


Bhagavad Gita  - Edição completa de 26 capítulos – Suddha Dharma Mandalam

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O FOGO DO CONHECIMENTO SINTÉTICO


     Existem pessoas que entendem que o processo do mundo e suas mudanças não tem qualquer objetivo e carece de propósito. Esse conhecimento é muito limitado, levando aqueles que o possuem a apagarem-se às pequenas coisas, como se fosse tudo.
      Outras pessoas entendem que a vida é representada por uma variada multiplicidade, desconectada entre si, permanente e sempre desigual. Essa categoria de conhecimento, embora seja  superior à primeira, ainda é limitada e incompleta.
      Por fim, existem aqueles cujo conhecimento ou compreensão reconhece uma  constante Unidade entre todos os seres, ou seja, o Único e Indiviso e sempre o Mesmo Espírito Universal na multiplicidade de elos.
      Esta  última modalidade representa o Conhecimento Sintético, considerado pelos Grandes Seres como o mais elevado e excelente conhecimento.
      Aquele que entra no Barco desse Conhecimento, ainda que seja o maior entre os pecadores, poderá navegar a salvo sobre todos os seus pecados.
   o conhecedor da Síntese não volta a cair na obscuridade do entendimento, reconhecendo sempre a todos os seres vivendo dentro do Espírito Universal, que é o seu Princípio de Vida.
     No processo de transformação do mundo não há nada que purifique tanto quanto esse conhecimento.
     Assim como uma grande fogueira transforma em cinzas a lenha que é colocada sobre ela, o Fogo do Conhecimento Sintético, consome de todas a ações a impureza do apego.
     Exercite esse Conhecimento, procurando não só relacionar-se com as pessoas como também resolver os problemas do quotidiano pensando que “todos os seres, inferiores em estágio de evolução como superiores, participam de uma mesma vida e formam nos espaços infinitos um só corpo cósmico.”
     Se você fizer isso direitinho, verificará que essa compreensão transcendente, tal qual uma grande fogueira, queimará a impureza do apegos de todas suas ações.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

VÊ, DE VERDADE, QUEM VÊ A UNIDADE

       Vê, de verdade, quem percebe que todos os seres nasceram de dentro do Espírito universal, que compenetra e sustenta tudo que existe, mantendo a criação funcionando dentro de uma ordem constante e em vida eterna.
       Quem assim entende a organização da Vida Universal sabe que todos os seres, tanto os inferiores em estágio de evolução como os superiores, participam de uma mesma vida e formam, nos espaços infinitos, um só corpo cósmico.
       Vê, de verdade, quem percebe essa Suprema Unidade que, abarcando tudo, constitui a meta de todas as revelações e o último objetivo de todas as ciências.
       O Espírito Universal é a eterna Verdade de todas as Religiões e o Supremo Mistério revelado nesta Era Sagrada, onde brilha a  Lua Cheia da Unidade.
       Vê, de verdade, quem percebe que este Espírito Santo existe sutilmente dentro e fora de todos os seres e que, apesar de inseparável, reside neles como se estivesse separado.
       Não há visão mais elevada do que esta que revela o Conhecimento da Síntese. Quem a possui, renuncia facilmente aos frutos das ações, tanto aquelas agradáveis como as desagradáveis, porque compreende que tudo é da natureza de Deus.
       Renunciar aos frutos das ações significa viver a paz do desapego. Quem não consegue desapegar-se dos resultados das ações não alcança a paz, permanecendo preso às pessoas ou às coisas pelos laços escravizantes do desejo. Quem não tem paz, não consegue ser feliz.
       O discernimento sintético possibilita a maestria em todas as ações e revela o segredo do exemplo como o mais poderoso e eficiente método de transmissão de conhecimento, já que os atos sintéticos guiam, elevam e conduzem  para a Sabedoria Divina.
       Aqueles que possuem esse Conhecimento da Unidade percebem a presença Divina no amigo, no inimigo, no ser mais amado, nos parentes, nos estranhos, nos indiferentes, nos sábios, nos ignorantes e em todos os seres. Essa percepção tem um poder extraordinário de melhorar a qualidades de nossas ações.
       Da mesma forma que uma grande fogueira reduz a cinzas a lenha seca que é colocada sobre ela, o fogo desse Conhecimento Sintético consome, em todas as ações, a impureza do apego, que é a causa principal do sofrimento e dos erros humanos.
       Não existe nada no processo do mundo que purifique tanto quanto esse conhecimento. Quem o possui transcende a ignorância da separatividade e obtém,em consequência, a revelação de todos os ensinamentos, os conhecidos e os por conhecer.
      Aquele que é conhecedor dessa Divina Imanência não voltará a cair na obscuridade do seu entendimento, reconhecendo sempre a todos os seres vivendo dentro desse Espírito Universal, que é o seu eterno Princípio de Vida.
       Aprende-se a reconhecer essa Divina Imanência pelo estudo metódico, pela entrega, pela dedicação e pelo serviço impessoal a todos os seres. Tudo isso ensina o Bhagavad Gita, a Ciência Sintética do Absoluto.*



*Edição completa de 26 capítulos – Suddha Dharma Mandalam



quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Vida Universal e a pedagogia do Prazer e da Dor

     A Vida Universal   é uma Criação Divina perfeita. Tudo nela funciona de acordo com as Leis  estabelecidas pelo Criador.
   Nós é que não desenvolvemos, ainda, um olhar mais profundo para compreender a transcendente Ciência da Vida.
   Nela prevalece a Lei da Evolução. Todas as criaturas carregam nas suas entranhas as Energias Sagradas da transformação evolutiva. Por isso, a ninguém é dado o direito de deixar de agir.   Quando alguém tenta ficar inativo, essas Energias, que impregnam o seu corpo, o impelem à ação e a sua vontade não se cumpre.
    Elas nos impulsionam até mesmo ao cumprimento de nossos deveres, mesmo quando não desejamos fazê-lo. Como uma Mãe Amorosa, a Vida, através delas, se encarrega de conduzir cada um dos seus filhos pelo caminho da Evolução até a morada da Paz e da Felicidade.
  Teimamos em resistir à essa condução, tal qual crianças que rejeitam os cuidados maternos.
    Se desfrutamos de prazer, excedemos a medida. Se ficamos alegres, não queremos parar. Todos temos uma inclinação desmedida pelo que é agradável e uma rejeição indevida pelo desagradável.
    Para que não nos tornemos escravos do bem nem do mal, a Vida Universal nos impõe  a Lei da Alternância das Dualidades.
   De acordo com essa Lei Divina, se nos excedemos nos prazeres, somos arrastados para iguais experiências de dor. Se não colocamos limites para a nossa alegria, somos igualmente visitados pela tristeza.
   É a sábia lei  da alternância das dualidades.  Alegria e tristeza, prazer e dor, ganho e perda e por aí a fora. O propósito dessa Lei é nos ensinar a medidas das coisas e o caminho da transcendência.
   Se prestarmos atenção, constataremos que a coisa funciona assim. É a Vida Universal cumprindo o  desígnio divino de conduzir a todos pelo caminho da evolução, o único  que leva à Casa do Pai, onde existem muitas moradas.