terça-feira, 26 de julho de 2011

Vivendo e aprendendo

     No dia a dia da vida, muitas vezes somos levados, de forma irresistível, a cometer faltas, mesmo sem desejar. A dinâmica dos relacionamentos nos coloca diante dessa realidade humana. Quando nos damos conta, já fizemos algo errado, de que nos arrependemos profundamente. Isso acontece, via de regra, com todas as pessoas, até com aquelas consideradas altamente equilibradas.
     A experiência do erro tem uma função pedagógica em nossa vida à medida que nos leva à reflexão. O ato de refletir, por sua vez, projeta a luz da nossa consciência sobre a ação equivocada de forma a iluminar-lhe a estrutura, levando-nos um aprendizado.
     Embora a consequência dos erros seja a dor e sofrimento, errar é algo natural, que também gera aprendizado e crescimento. Por outro lado, as ações necessária e corretas produzem como resultado a iluminação da consciência, a harmonia e, ainda, atraem bênçãos para quem as executa.
      Apesar dessas diferenças dos resultados, ambos, acertos e faltas, são duas realidades inafastáveis da nossa vida e que, por meios diferentes,  a edificam. Portanto, precisamos acolhê-los com naturalidade.
     Portanto, não é necessário ficarmos o tempo todo nos culpando ou culpando os outros por uma realidade  que é natural na dinâmica da vida. Vamos extrair dos nossos erros os seus ensinamentos e, com isso, aperfeiçoar a qualidade das nossas ações.
Vivendo e aprendendo...





terça-feira, 12 de julho de 2011

A Obesidade Mental e as Tecnologias da Vida

Os Setores Especializados da Medicina do Corpo Físico têm advertido, com muita frequência, sobre os riscos da obesidade. O excesso de alimentos associado à má qualidade deles gera abundância de gordura e enfermidades. Sem dúvida, esse é um grave problema que grande parte da população enfrenta.
          Já os Especialistas da Medicina da Alma não têm dado muita atenção para os graves problemas decorrentes da obesidade mental. Tal como o corpo físico, a nossa mente também está recebendo alimentos em excesso e de má qualidade.Chegam a ela, por intermédio dos cinco sentidos físicos, especialmente os olhos e ouvidos.
          Os avanços da tecnologia têm concorrido grandemente para esse grave problema. Graças a esses avanços, a nossa mente vive permanentemente sobrecarregada. Se estamos em casa, no carro, nos consultórios, nas salas de espera, nos bares e restaurantes, nas estações rodoviárias, aeroportos, onde quer que estejamos, existe um televisor, iPhone, iPad, iPod, Celular, Internet ou um aparelho de som  a fornecer incessantemente alimentos desnecessários para nossa mente, que não tem tempo nem oportunidade de processar tantas imagens, vozes, sons e informações.
           Assim sobrecarregada, ela perde a serenidade necessária para refletir sobre os problemas do dia-a-dia. Isso em razão do emaranhado de informações, imagens,  emoções e pensamentos confusos, que sempre se encontram em estado de permanente conflito. Fica, assim, incapacitada de exercer, com eficiência, o seu importante papel no processo da vida.
          Sem tempo nem espaço para processar e digerir o excesso de alimentos desnecessários e indigestos, a mente experimenta, à noite quando vamos dormir, uma grande dificuldade de repousar. É o peso da obesidade. É a insônia... Depois, vem o cansanço... A Irritação. A falta de paz... A Infelicidade.
          Para ter tranquilidade e paz, precisamos de serenidade de pensamento. Isso não será possível, enquanto continuarmos sofrendo de obesidade mental. Da mesma forma que uma tartaruga recolhe os seus membros dentro si, devemos retirar os nossos olhos, ouvidos e os demais sentidos físicos de tudo aquilo que fornece imagens, sons e estímulos que não têm utilidade para a nossa vida.
          Quando se retira os sentidos dos objetos que produzem sensação, a mente se estabiliza. Essa é uma importante Lei do Universo. Para não ter insônidas e  conquistar paz e tranquilidade, precisarmos nos livrar da obesidade mental. 




terça-feira, 5 de julho de 2011

As maravilhas do Conhecimento da Unidade



          A Sabedoria do Gita, revela-nos que o Conhecimento ou compreensão do homem pode ser classificado em três categorias distintas.
            A primeira e mais inferior no campo da evolução da consciência é aquela em que se julga que o processo do mundo e as suas mudanças não têm objetivo algum e que tudo existe no mundo de forma desordenada e sem qualquer propósito.
           A segunda categoria de Conhecimento é aquela em que o  homem vê todos os seres e coisas como existindo de forma separada, constituindo uma multiplicidade permanente e desigual.
          A terceira e mais elevada categoria é aquele conhecimento ou compreensão em que o homem reconhece a constante Unidade de todos os Seres, constituindo Um Todo, Único, Indivisível e sempre o Mesmo, na multiplicidade dos elos.
          Esta última classe é o Conhecimento da Unidade ou Conhecimento Sintético. Trata-se da mais elevada forma de compreensão que se pode alcançar, constituindo a meta final de todas as revelações.  Um dos objetivos do processo evolutivo do homem é fazê-lo compreender que  não é uma criatura separada das demais e que todos os seres, inferiores como superiores, participam de uma mesma vida e formam nos espaços infinito um só corpo cósmico.
         Essa compreensão tem o poder de mudar os conceitos que temos sobre os valores da vida, fazendo-nos perceber que a humanidade é uma família, que a fraternidade não é uma abstração e que o Amor é a Grande Verdade que sustenta a Vida.
         Conquistar esse nível de compreensão é uma das maiores bênçãos que podemos alcançar na Vida. Ela anula todos os males e sofrimentos causados pelo Egoísmo, que se fundamenta na visão equivocada da separatividade.
         Quando alcançarmos  esse tipo de conhecimento, transcenderemos todas as ações, tanto as de resultados agradáveis como as desagradáveis. Através dele, poderemos perceber a presença divina nos nossos parentes, amigos, inimigos, estranhos, indiferentes, sábios, ignorantes e em todas as pessoas. Com essa percepção, a qualidade de nossas ações se eleva.
          Não existe nada que transforme tanto o homem no processo do mundo, como esse Conhecimento da presença de Deus em tudo. Tal como um fogo, esse conhecimento queima a impureza do apego de todas as ações. Quando agimos de acordo com ele, realizamos atos sintéticos que têm o poder de guiar, elevar e conduzir as pessoas para a Sabedoria Divina.
          Ainda que sejamos o maior entre os transgressores das Leis do Universo, se entrarmos no Barco desse Conhecimento Divino, seremos transformados em servidores do Amor. Nessa condição, poderemos entender porque São Francisco de Assis tratava o Sol, o Vento, os Animais e as Plantas e todos os Seres como irmãos. Também entenderemos o sentido desta sublime oração desse Santo do Amor:
"SENHOR, faze de mim
Um instrumento de tua paz
Onde houver ódio, faze que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé
Onde houver erros, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz,
Trevas que eu leve a luz!

SENHOR!
Faze que eu procure mais consolar
Que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar que ser amado
Pois é dando que se recebe
E é perdoando que se é perdoado
E é morrendo
Que se vive pra vida eterna,
Vive pra vida eterna!